terça-feira, 12 de setembro de 2006

Conto de Verão

Há cem dias que não escrevia. Os traços fortes dos dedos estavam secos,
Os olhos cansados e muito abertos.
Tinha perdido a memória das noites, e a certeza do outro sonho.

Entretanto houve trovoada na grande tarde de Verão.
Os céus desabaram, a poeira escorria feita em lama,
E o cheiro forte da terra enbriagava como Vinho novo.

Algo estava a mudar, naquela parte do mundo.
Uma asa enlaçou-se ao som estrondosamente belo de um trovão,
E cantando sinfonias infinitas, trouxe com ela a poesia.

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