quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Grandes Cantigas II



A minha interpretação desta cantiga sempre foi alvo privilegiado de saudável zombaria, porém, como poderão averiguar, trata-se de uma fiel reprodução da original e como tal a minha óbvia masculinidade escusa de ser posta em causa.

Splish splash!!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Arrumações - Amigos da Vinicultuna

Andava cá em casa em arrumações, quando encontro esta base de copo, já com algum pó, à espera de um local para a arrumar.


Aqui está ela, com os contactos do nosso amigo Octávio Marrão, que nos recebeu em Madrid.
Não podia estar melhor arrumada.

Gracias :)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Lamentos Que Já Lá Vão... e agora até dão para rir!

... E aquele ano...
... em que não entraram caloiros para a Vinicultuna!...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Um Lamento

Esta Tuna já teve Valores...

sábado, 3 de janeiro de 2009

Do Vinho e da Empatia entre Utentes e Funcionários do Sistema Nacional de Saúde - XXVII


- Oh Dra agora parece que tenho sempre os lábios secos...
- Pois... é normal... na sua patologia... ainda p'ra mais com este tempo frio... Tem de usar sempre um baton ou creme hidratante
- Tipo Nivea?
- Sim sim.
- Mas ja tenho experimentado tudo e não resulta...
- ...
- No outro dia até comprei um caríssimo e olhe... foi p'ró líxo... não fazia nada...
- ...
- A única coisa que ajuda é quando molho os lábios em vinho tinto...

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Grandes Frases - XCIII

"Se o Salgueiros descer à 2ª divisão não tem mal, porque é lá que estão os clubes das Terras com Vinho."

Zé-do-Talho, numa época à-rasquinha

Podia ser uma Fábula

Tinha prometido falar-vos nele em Fevereiro de 2007. Giovanni não sei se é “d'Amore”. Mas é maestro. Pode ser só nome artístico. Porque ele também canta. Canta mal. Mas nós às vezes também. Até pode ser bom maestro. Se fosse bom não vinha para aqui, dirão alguns adeptos de bancada. Casino a menos-de-meia-luz. Um italiano de xaile, canta o Fado no Algarve. E os papalvos riem. E ele dobra-se ainda mais nas vénias. Reajo. Apelo ao drama daquele senhor. Com quem não simpatizo. Recorro a miraculosa literatura de ocasião. Respeitem-no. 28 de Fevereiro de 2007. Giovanni d'Amore. Encontram lá a frase. Na altura celebrávamos a primeira década.

A seu lado, Rão Kyao. Sentado. Lisboa cantada em flauta. No Algarve. Parece não se importar. Trocista. Ri para o público. E levanta-se para pedir aplausos para o italiano. Mas exagera nos gestos. E ri. Do palhaço. E ele? Palhaço também? Artista no sub-emprego? Mas ri-se. Sobrevive.

Sobrevivência. O drama.
Luis Ribeiro e Lelo Nogueira. No triste espectáculo do Casino Vilamoura. “Máquina do Tempo”. Pertencem-lhes os melhores momentos da noite. Nos curtos intervalos entre a música gravada e as pernas de fora. Guitarradas, sem sopros mouriscos ou dós de peito. Logo apagados. Num espectáculo de variedades e bailarinos. Com sopros mouriscos e dós de peito. E pernas e música gravada. E uma plateia ilustre e sem gosto. Estes dois senhores acompanharam Amália.

É tão belo, é tão triste o Fado.

A Curta História do outro Tó-Zé

Tó-Zé (o nosso) apresentou-se a Tó-Zé (o outro)
Tó-Zé (o outro) apresentou-se a Tó-Zé (o nosso)
Tó-Zé (o outro) achou piada, era fácil de fixar. Ajudava a integrar.
Tó-Zé (o nosso) torceu o nariz, podia dar confusão.
Tó-Zé (o nosso ou o outro), chamava-se. Olhavam os dois.
Tó-Zé (o outro) até achava divertido. E ia-se integrando.
Tó-Zé (o nosso) já se estava a passar.
Podemos sempre chamar-te Nogueira... ou Pereira Nogueira. Não podes dizer que não gostas…
Mas não deixo de ser Tó-Zé… nem de olhar quando chamam… o outro.
Com o tempo habituas-te… Tó-Zé…
Tó-Zé (o nosso), nem comentou. Ninguém se ia habituar.
E um dia alguém chamou
Tó-Zé! (o nosso? O outro?)
E nesse dia alguém perguntou
Qual Tó-Zé? (o nosso? O outro?)
Foi o Tó-Zé (o nosso) quem respondeu.
Só há um Tó-Zé. Mas se preferem podem chamar-me Nogueira. Ou Pereira Nogueira.
Mas continuámos a tratá-lo por Tó-Zé. De facto, nunca nos habituaríamos. E deixou de haver confusão. Porque não voltámos a ver o Tó-Zé (o outro).

Confusão, Excitação, Revolução e Canção num Abrupto Despertar – ou justificações para o casaco em estranho desalinho – sem que o carro ande 300 metros

“Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!”

“Estava a sonhar que estava a assaltar um carro!”
“Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!”

“Esta semana foi sempre até às 5 da manhã. Foi com a Tuna, foi com os amigos. Hoje ia ficar a dormir. Veio o telefonema do Amigo, "Vamos ao futebol?", já vai começar outra vez a revolução!
“Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!”

"Ó Sérgio!, Ó Sérgio de Viana!
Não descansaste sem a tua Ariana!
E o Outro, foi daqui para Guimarães, para ter a Sua cama!*"
“Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!”

*Proferido perante o “Outro” e a “Sua”

Granel das muitas acontecências que não devem ter lugar em 1974

- A Avenida da Liberdade (atenção, Pedro!) ser vendida aos talhões para construções imobiliárias. (Não haverá esse perigo, por enquanto, se vocês se portarem bem.)
- Serem usados foguetes silenciosos nas festas e romarias.
- Um sujeito não ser atropelado no seu corpo e nos seus direitos.
- Ter o seu passamento Inácia Coreto, a ilustre promotora de serões de arte.
- Manuela Fonseca mudar para a Colgate.
- A Rosa casar com o Xico.
- Os paralelepípedos amontoarem-se contra os poetas.
- Os executivos terem um pouco menos de energia e um pouco mais de bom senso.
- Os faróis da costa começarem a piscar para terra.
- Nuno Júdice publicar as suas Viagens Completas.
- Mário Henrique Leiria (um abraço, Mário!) beber menos gin-tonic!
- A força pública começar a usar, nas suas actuações, serpentinas multicores.
- Eusébio jogar com as botas de ouro que ganhou.
- Joaquim Agostinho dopar a sua bicicleta.
- As flores dizerem às abelhas: «Basta!»
- E, já que falei de abelhas, Fernando Lopes sair com outra longa-metragem.
- Amália Rodrigues lançar, no Estádio Nacional – e, se possível, para fora – o seu último disco de ouro.
- A nacional-caixotaria deixar de invadir as áreas urbanas, suburbanas e todas as que lhe são intermédias.
- A Televisão oferecer-nos um novo (renovado) Telejornal.
- Rodolfo Iriarte conseguir ter a secretária arrumada.
- O décimo terceiro mês ser logo a seguir ao décimo segundo ou logo antes do primeiro.
- Nixon vir a Lisboa para aumentar a sua credibilidade.
- Visconte começar e acabar “A morte em Beleza”.
- O Parlamento discutir e aprovar a Lei dos Fins.
- Uma produtora de filmes realizar a longa-metragem “A Tudo o Vento a Levou”.
- Os pianos, no âmbito de um contrato para a protecção da natureza, devolverem aos elefantes o marfim.
- Manuel Brito, da 111, abrir uma loja no Cacém.
-Os brasileiros que nos visitam deixarem de dizer que estão encantados ou emocionados por se encontrarem em Portugal.
- Os cultores da incivilidade meterem, em vez de ar, gasolina nas rodas dos seus carros.
- O “Expresso” sacudir os bandos de gralhas que nele pousam semanalmente.
- Lopes do Souto não escrever sequer de ouvido.
- Portela Filho começar a assinar Queiroz.
- Ruben A. publicar “A Retorre da Rebarbela”.
- A Antónia e o Rui Leitão porem todo o país a comer alcachofra.
- O “Cinéfilo” começar a publicar a fotonovela “Simplesmente Mário”.
- O Ritz abrir, no seu recinto, um parque de campismo.
- O Joaquim Botelho de Sousa comprar, para a sua colecção, o relógio da Estação do Rossio.
- O João Charters de Almeida abrir uma sucursal da Mancha nas Cortes, em Leiria.
- Certo locutor da rádio deixar de empregar expressões como “esta jornada revivalista” cada vez que põe a tocar discos de outros tempos.
- Os caixões terem melhor ar.
-A Marquesa de Arrobas lembrar-se (já não seria sem tempo!) da lei republicana que aboliu os títulos nobiliárquicos e passar a chamar-se Maria Teresa Eugénia Vitória da Silva Soares de Souza Rodrigues de Albuquerque e Menezes (Cortical)*.
- A Maria Aguiar deixar de ser uma simpatia.
- O rei Faiçal assinar um contrato com o Hergé para entrar nas histórias do Tim-Tim.
- O Gérard Castello-Lopes abrir uma nova sala de cinema num dos supermercados Pão de Açúcar.
- O José de Athayde deixar de gostar de cavalos.
- Os palestinianos terem a sua terra.
- Ruella Ramos apanhar a Mosca.
- O futuro deixar de ser o que, afinal, já não era.
- Cubillas ter saudades da Suiça.
- Brejnev vir assistir a uma tenta no Ribatejo.
- Os presos serem autorizados a irem a suas casas mudar de roupa.
- O ar ser, finalmente, mais leve que o ar.

*É pura coincidência.

Alexandre O’Neill, publicado n'"A Capital", a 28 de Dezembro de 1973