terça-feira, 28 de julho de 2009

Ensaio Fotográfico - I

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domingo, 26 de julho de 2009

Do Vinho e da Empatia entre Utentes e Funcionários do Sistema Nacional de Saúde - XXXII

- E lá por casa, andam ratos?
- Lá por casa não...
- Mas tem algum quintal, alguma arrecadação onde possam andar ratos?
- Já os tenho visto na Adega da cave, onde costumo dormir a sesta.

Grandes Prosas Gramaticais

"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.
Um substantivo masculino, com aspecto plural e alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. O artigo, era bem definido, feminino, singular. Ela era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, um pouco ao contrário dele, que era um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo até gostou daquela situação; os dois, sozinhos, naquele lugar sem ninguém a ver nem ouvir. E sem perder a oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu-lhe esse pequeno índice.
De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro.
Óptimo, pensou o substantivo; mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeçou a movimentar-se. Só que em vez de descer, sobe e pára exactamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela no seu aposento.Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, suave e relaxante. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele recomeçou a insinuar-se. Ela foi deixando, ele foi usando o seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo.
Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo directo.
Começaram a aproximar-se, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo o seu ditongo crescente. Abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples, passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula.
Ele não perdeu o ritmo e sugeriu-lhe que ela lhe soletrasse no seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, pois estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois géneros.
Ela, totalmente voz passiva. Ele, completamente voz activa. Entre beijos, carícias, parónimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais.
Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objecto, tomava a iniciativa. Estavam assim, na posição de primeira e segunda pessoas do singular.
Ela era um perfeito agente da passiva; ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.
Nisto a porta abriu-se repentinamente.
Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou logo a dar conjunções e adjectivos aos dois, os quais se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas.
Mas, ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tónica, ou melhor, subtónica, o verbo auxiliar logo diminuiu os seus advérbios e declarou a sua vontade de se tornar particípio na história. Os dois olharam-se; e viram que isso era preferível, a uma metáfora por todo o edifício.
Que loucura, meu Deus!
Aquilo não era nem comparativo. Era um superlativo absoluto. Foi-se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado aos seus objectos. Foi-se chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo e propondo claramente uma mesóclise-a-trois.
Só que, as condições eram estas:
Enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria no gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.O substantivo, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa situação e pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história. Agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, atirou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva. "

Fernanda Braga da Cruz

sábado, 25 de julho de 2009

E quando...

E quando me perguntarem, daqui a 30 anos, qual a tradição académica mais importante ou marcante, eu responderei: o Urinol de Tuna.

Cheguei a esta conclusão enquanto mijava para uma parede.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Dos Criadores de Bruno Aleixo - Enciclopédia Não Alinhada

Vinho

É o produto obtido exclusivamente por fermentação alcoólica, total ou parcial, de uvas frescas, esmagadas ou não, ou de mostos de uvas.

O processo de fabrico envolve vindima, pisa, fermentação, filtragem e envelhecimento.


Tipos de vinho:

Tinto: varia muito, entre o magnífico e o parece-vinagre. Quando é bom, não se quer outra coisa nem dá ressaca (até porque beber muito fica caro). Quando é mau, peça cerveja da boa que custa o mesmo.

Branco: as senhoras bebem-no fresco. A menos que seja a acompanhar peixe, não é de bom-tom ser bebido por homens.

Verde: há quem pense que vinho branco e vinho verde são a mesma coisa. Mas não. Vinho verde é um vinho novo, produzido no Noroeste de Portugal, entre Douro e Minho, podendo ser branco, tinto, rosé ou espumante. Haverá gente que, mesmo depois de ler isto, continuará a pensar que vinho verde e vinho branco são a mesma coisa.

Rosé: as senhoras bebem-no fresco. Nunca é de bom-tom ser bebido por homens.

Espumante: champanhe feito noutros sítios que não Champagne.

Espumante tinto: grande percentagem das pessoas estão a descobrir agora que isto existe. Bebe-se a acompanhar leitão.

Frisante: é vinho branco com gás metido, tipo o que se mete na seven up. Compradores menos atentos compram-no a pensar que é espumante.

Vinho da casa: é um vinho de qualidade entre relativa e duvidosa, de origem local ou indefinida (vide mistura de vários vinhos da Europa). É servido nos restaurantes ao copo ou em garrafa, embora venha sempre em garrafões ou pacotes tetra pak e engarrafado na hora com preciosa ajuda de um funil. Nas palavras do dono ou empregado do restaurante, é sempre bom. Tal como a mousse de chocolate, que é sempre caseira.

Vinho de missa: o único que ainda não provei. Antigamente, os leigos podiam bebê-lo no crisma. Mas hoje já só se comunga.

Vinho generoso: inclui porto, madeira, moscatel, xerez, etc. Apesar de docinho, não é de mau-tom ser bebido por homens.

Mistura de vários vinhos da Europa: vinho inqualificável, tanto na origem como no sabor. É servido nalguns estabelecimentos, como vinho da casa, e na tropa.


de
Rui Hugo, Redactor/colaborador ENA (Enciclopédia Não Alinhada)

http://videos.sapo.pt/cena/rubrica2.html

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Arte e Anatomia


Miss Playboy ou caloiro de alguma faculdade de coimbra? :)