quarta-feira, 24 de agosto de 2005

A Origem do Caloiro

Quem alguma vez disse que os antigos gregos estavam errados, não conhecia o mais asqueroso dos bichos: o caloiro. Parece-me perfeitamente claro que este animal muito inferior nasceu por geração espontânea. Senão, veja-se:
Que mulher alguma vez admitiu ter gerado tão asqueroso ser (quase) vivo? Alguma vez se registou um qualquer macho digno desse nome, ou até mesmo entre os não dignos, que aceitasse filiar criatura tão vil? Apresentem-me esse homem ou essa muher, e mostrar-vos-ei um ser humano de inesgotável caridade, que até aceita dar o nome a estas criaturas inomináveis.
O próprio Cuvier, ao tomar conhecimento da existência dos caloiros, desistiu de imediato de defender a Teoria Catastrofista. Isto porque Cuvier não conseguia conceber que Deus, ao eliminar e refazer a vida, permitisse o aparecimento de criatura tão imperfeita e mal-cheirosa. Já Darwin sentiu-se incomodado quando se contrapôs a sua selecção natural com a existência inexplicável da criatura nojenta e sem qualquer vantagem evolutiva, pelo menos visível. A única dúvida que resta é: do quê?
Geração espontânea a partir do quê?
A minha primeira hipótese foi da merda, mas não consigo admitir que possa ter nascido algo tão nojento da minha merda. Talvez da merda de um polícia, por exemplo, mas da minha, nunca! Qual de vocês está preparado para admitir tal heresia?
Por isso sugiro o lixo. Aquele lixo da parte mais antiga de um aterro, já tão podre e digerido que está perto a transformar-se em terra. Sugiro que esse lixo segue um de dois caminhos: transformar-se em terra fértil, ou transformar-se na gosma infértil que compõe um caloiro.
Lanço aqui esta discussão, sabendo que são todos cientistas sérios e inteligentes, que certamente terão muito a acrescentar a esta discussão secular.