sábado, 28 de novembro de 2015

Os Nossos Fétiches - IV

Olhei para o lado. Olhei outra vez. Não consegui deixar de voltar a olhar. E olhei outra vez. Estava mesmo ali ao lado.
Depois ... olhei outra vez. Já o tinha visto antes. Mas onde, mas onde... Olhei outra vez. Estava mesmo ali ao lado. Não consegui deixar de voltar a olhar. Conhecia-o. Mas de onde? De onde? De onde, antes de estar mesmo ali ao lado... (olhei outra vez). De onde? De onde?... a vida toda a passar diante dos olhos... De onde? De onde? Não podia parecer malcriado! De onde? De onde? Daqui não, daqui não, mas de onde? Daqui? (olho outra vez) Parecido, mas também não. De onde?

 
Olhei outra vez. Fiquei a olhar. Era lindo. É claro que conhecia! Era o nariz da Micha!
Um triângulo de base larga, compridinho, com uma bolinha na ponta. Lindo. Delicioso.
O nariz da Micha. Palermo, Lleida, Gdansk, e Gdansk outra vez, durante o Campeonato do Mundo. Já lá vão quase 10 anos! E agora aqui ao meu lado. Continua maravilhoso.
Revejo as fotografias. Ela defendia-se. Em todas sorri, põe os olhos a brilhar, e nitidamente evita o perfil. O nariz fica redondinho no meio da cara, também bonitinho. Eu gosto dele em qualquer perspectiva. E de perfil fica único. Alto, esticadinho, a terminar num botão. E agora aqui ao lado!
Michalina Rusiecka. Polaca. Sorriem os Tunos, mas não, mas não. Na vez do Campeonato do Mundo conhecera um homem mais velho que era Escocês e atravessava o Atlântico sozinho. Eu lamentava uma mulher mais nova, mas menos. Mas não deixei de disfrutar da contemplação daquele nariz.
Um dia serei eu o homem mais velho. Pode ser que o nariz da Micha volte a aparecer...

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