quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Bom São Martinho, lamento...

...pois que, andando sempre por cá, sempre O esquecia, e lembrava-o sempre depois, uns dias  atrasado.
Antes o esquecesse outra vez, significasse isso o contínuar da Bebedeira de Ideias e Lamentos. Contínua euforia. Eterna novidade.  Mensagem enviada. Truz-truz, soava do outro lado. Mensagem recebida. A internet ainda era em madeira envernizada. Agora é tudo em plásticos e feito noutros sítios. Na altura quase que não havia euro. O Pereira até guardou um ror de escudos para gastar aos poucos no ano seguinte. Agora é Psiquiatra e já falou para a televisão. O Arouca e o Tondela ainda estavam nos distritais. Também deve haver boas castanhas para lá. E as torres gémeas caíram à nossa frente. Tinham acabado de pôr as televisões no átrio. No do edifício velho, no das colunas de mármore. Na altura ainda cheiravam a madeira envernizada. Era tudo novo. Ligaram as televisões de propósito para vermos os aviões a irem contra aquilo. Outra vez e outra vez.  E depois aquilo a cair, em cinzas. Houve um homem que até saltou antes. O Dom Nelson, da contabilidade passou e disse "Ó Carlos, isto é muito mau, Isto é muito mau, mas o Salgueiros ainda é pior do que isto", e foi embora. Tinha razão. Na altura o Salgueiros também cheirava a madeira envernizada. Depois nunca mais. Agora vá lá, pode ser que outra vez. No Domingo foi ganhar a Cinfães. Também deve haver boas castanhas por lá. Pergunta-se ao Tó-Zé, ele sabe de certeza, é a terra do pai dele.
Nós só fomos passear à tarde. Não dava para mais, passámos no rio, e depois ao Gerês. Santa Maria de Bouro. Ao Mosteiro, que agora é Pousada. Cheira a madeira envernizada dos Pestana. Não entrámos. Ficámos pelos jardins. Havia castanhas. Estivemos os quatro a apanhá-las dos ouriços. Picava um bocadinho. A Margarida conseguiu trazer menos que o Rafael. Acobardou-se. E está afidalgada. Eu atei as mangas do casaco de malha e enchi-as. Chegados a casa pesámo-nos com e sem elas. Três quilos de castanhas. De borla! Mas foi uma pena não termos dado com a entrada para a adega. 
(se calhar ainda cheira a madeira envernizada)
Bom São Martinho.