segunda-feira, 23 de julho de 2007

Procura-se Amigo Imaginário - O Caldas-Tinto

O Caldas estava de sentinela.
O Caldas adormeceu. E foi encontrado pelo Avô Custódio.
O Avô Custódio não denunciou o Caldas, e quando a Tropa acabou, ainda lhe arranjou emprego como capataz, que é uma espécie de sentinela nas obras da Barragem.
Por isso, o Caldas prometeu, e enquanto foi vivo cumpriu, entregar na casa do Avô Custódio meia-dúzia de caixotes de laranjas da terra.
Além disso, a par do Senhor António, marido da Carminda de Pardilhó, a quem o Avô Custódio também arranjou emprego lá nas obras da Barragem, era a única pessoa que era capaz de jurar, que o Avô Custódio era um Homem Muito Bom.
E jurou-o sem mentir, até certo dia do ano em que o Caldas deixou de mandar laranjas.

Naquelas noites em que o Piolho já está fechado, e o orvalho diluiu a última gota do Vinho trazido do Solar da Elsa, dava muito jeito um Caldas-Tinto que aparecesse sem avisar, para pagar favores eternos, com Produtos Engarrafados de Região Demarcada.
O Juvenal, que esteve a 5 dias de acabar a tropa, e é Oficial do Exército Português é que nos devia ter arranjado um.
E então nessas noites, se o Senhor Nogueira já se tivesse ido deitar, o Caldas-Tinto, ficaria de olhos bem abertos, de Sentinela como nos tempos da tropa, a ver se não vinha a polícia ou a escumalha perturbar as Serenatas. E enquanto isso também fazia horas até o Sol se levantar, para voltar para casa, pela estrada cheia de curvas, que isto da noite dá sono, e isto do sono torna a condução um perigo.

1 comentário:

Fodunt disse...

É com muita amagura que te corrijo, meu caro contuno. Não sou oficial do mui nobre Exército Português porque fiquei a 5 dias de acabar a "instrução complementar".

"Portugal e São Jorge"
"Em perigos e Guerras Esforçados"