quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Do Mar das Galápagos – Bonita Canção de Marinheiros Bêbados - a tal que eu andava a escrever - inclui notas explicativas do autor

Três Garrafas de Vinho aos meus pés, 1,2
Cinco Garrafas de Cerveja na almofada,3
Camarote abafado, que sede danada
Abro uma vou bebê-la para o convés

Ouço histórias, bebo um copo
Mais um golo, canto o Fado,
Conto estrelas, trago a trago,
Quando acabo, vem o sono.

Duas garrafas de Vinho aos meus pés 4
Cinco Garrafas de Cerveja na almofada
(...)
Ouço histórias...
(...)
Duas Garrafas de Vinho aos meus pés
Três Garrafas de Cerveja na almofada
(...)
Ouço histórias...
(...)


Sem Garrafas de Vinho aos meus pés
Sem Garrafas de Cerveja na almofada
Camarote abafado, que sede danada
Sem Garrafas, para que serve o convés?5

Das histórias sei os finais
Goela seca, cala o cantor
As estrelas conto-as de cor
Mas... há mais uma... [UM FAROL! TERRA À VISTA]Há sempre Vinho no Cais.6


1- O número 3-5, tem origem numa divertida história verídica, ou seja, é uma conta certa, um número redondo, por assim dizer.
2- Em virtude da proporção exacta 3-5, ter sido abençoada pelo deus Neptuno, e pelas Tartarugas das Galápagos, a letra da canção não admite que este equilíbrio seja quebrado. Por uma questão de respeito. No entanto, quando a cantarmos, e por causa da Tradição Oral, devemos adaptar a cantiga ao número de frascos cheios, que façam parte dos Nossos Valores. Eu até apreciaria, por uma questão de métrica silábica (como o Camões), por ser mais engraçado, e porque gosto mais, que, em vez de Vinho e Cerveja, só tivessemos garrafas de vinho aos pés e na almofada.
3- Você sabia que, na letra original, em vez de “almofada” com “danada”, o autor rimava, “cabeça”, com “depressa”, mas agora acho que está melhor.
4- Cabe aos cantores decidirem por onde começam a beber. Até podem decidir beber mais do que uma garrafa de cada vez que vão ao convés. Claro que no fim, as contas, têm que bater certas.
5- É neste verso de desespero, que se distinguem os Velhos Lobos de Mar, dos Grumetes. Enquanto estes últimos chegam a esta estrofe, esforçando já os olhos na escuridão, tentando vislumbrar uma linha de terra, os primeiros, trocam piscares de olhos entre si, e, à sucapa, assaltam a Garrafa de Rum do Capitão.
6 – A parte a letras maiúsculas, deve ser gritada por alguém, que não o cantor principal, que ao ralenti, termina a melodia com a letra em tamanho normal.


Muito bonita, não é? Continuo é sem saber se se pode considerar poesia ou não.

2 comentários:

Fodunt disse...

Esta bela canção-de-marinheiros-bebados-que-poderá-eventualmente-ser-considerada-poesia já tem musica? É que surgiu-me agora uma melodia para acompanha-la. Esperemos é que o José Cid não tenha pensado nela antes de mim...
Já agora...
"Vinicultuna: 10 anos a tentar não ser antecipada pelo José Cid"

Comité de Organização disse...

A minha lírica aguarda a tua música.

Que bela parceria!