segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Canto Primeiro

Borrachas, borrachões assignalados,
Que de Alcochete junto a Villa Franca,
Por mares nunca d’antes navegados
Passaram ainda alem de Peramanca:
Em pagodes, e ceias esforçados,
Mais do que se permitte a gente branca,
Em Evora cidade se alojaram,
Onde pipas e quartos despejaram:

Tambem as bebedices mui famosas
Daquelles que andaram esgotando
O imperio de Baccho, e as saborosas
Agoas do bom Louredo devastando;
E os que por bebedices valerosas
Se vão das leis do reino libertando;
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar Baccho, e não Marte.


paródia ao primeiro canto de Os Lusíadas, escrita em 1589, por quatro estudantes de teologia da Universidade de Évora

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