quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Podia ser uma Fábula

Tinha prometido falar-vos nele em Fevereiro de 2007. Giovanni não sei se é “d'Amore”. Mas é maestro. Pode ser só nome artístico. Porque ele também canta. Canta mal. Mas nós às vezes também. Até pode ser bom maestro. Se fosse bom não vinha para aqui, dirão alguns adeptos de bancada. Casino a menos-de-meia-luz. Um italiano de xaile, canta o Fado no Algarve. E os papalvos riem. E ele dobra-se ainda mais nas vénias. Reajo. Apelo ao drama daquele senhor. Com quem não simpatizo. Recorro a miraculosa literatura de ocasião. Respeitem-no. 28 de Fevereiro de 2007. Giovanni d'Amore. Encontram lá a frase. Na altura celebrávamos a primeira década.

A seu lado, Rão Kyao. Sentado. Lisboa cantada em flauta. No Algarve. Parece não se importar. Trocista. Ri para o público. E levanta-se para pedir aplausos para o italiano. Mas exagera nos gestos. E ri. Do palhaço. E ele? Palhaço também? Artista no sub-emprego? Mas ri-se. Sobrevive.

Sobrevivência. O drama.
Luis Ribeiro e Lelo Nogueira. No triste espectáculo do Casino Vilamoura. “Máquina do Tempo”. Pertencem-lhes os melhores momentos da noite. Nos curtos intervalos entre a música gravada e as pernas de fora. Guitarradas, sem sopros mouriscos ou dós de peito. Logo apagados. Num espectáculo de variedades e bailarinos. Com sopros mouriscos e dós de peito. E pernas e música gravada. E uma plateia ilustre e sem gosto. Estes dois senhores acompanharam Amália.

É tão belo, é tão triste o Fado.

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