A Alegria de Um Amigo Imaginário
Depois de conhecer a Vinicultuna, Álgebro deixou de ser distraído.
E voltou a ser feliz.
Numa noite de copos abraçou-se ao Tuno Água Benta a chorar as agruras da viuvez.
Noutra noite pediu com voz de lábios trementes ao Tuno Genoval Fodido, que acompanhasse à guitarra a tabuada dos 7. E como foi tocante ouvir “8x7,56” cantado, e conferir que estava certo.
Noutra abraçou-se a chorar ao Tuno Honorário Mineteiro, queixando-se que se abraçara ao Tuno Sábio Inca, a chorar a mulher que o deixara, e que este sem o ouvir lhe respondera “Pois, pois...”, no que o Tuno Honorário Mineteiro o foi consolando com as palavras sábias “Pois, pois...”
E noutra ainda invocou a chorar os tempos de Faculdade, embebedando-se com todos os Tunos. E com a tristeza sincera a embargar-lhe a voz, lamentou não ter então sido mais calão.
E numa noite em que chovia, sob protecção de um Alpendre-mas-Pouco, contou aos Tunos-mas-Muitos, a história triste da única mulher da sua vida, não escapando a ninguém as lágrimas que se diluiam nas poças.
Os figurantes da noite do Porto habituaram-se a referir-se a ele como “o das matemáticas que anda na cantoria com os cabrões dos estudantes”.
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