sábado, 11 de junho de 2016

Um Lamento (mas não só)

Algures entre o quadragésimo e o quinquagésimo capítulo, dão o Cavaleiro da Triste Figura e o fiel Sancho a uma estalagem em lugar impreciso na Mancha. Dão a ela também o Cura, o Barbeiro, e muitos outros que não teriam por que por ali andar, mas muito arranjarão sobre que se escreva.
Coincidências. Pródigas na Literatura, não menos na Vida.
Não foi na Mancha, foi mais ao lado.
Évora. Este que aqui escreve, um outro de cognome Fodido, como que fazendo de cabreiro, almocrave, ou de mulher de estalajadeiro. E, já no epílogo, reencontra-se um nome da última crónica. Desta feita o irmão. Em tempos protagonista de uma entrevista num glorioso número da revista "i", das Biomédicas.
Celebre-se então o Lamento, na sala de João Cutileiro. Um lugar notável. Forrado a mulheres de mármore. O escultor senta-se, com a janela nas costas. Em contraluz, visto do outro lado.
"Quer tomar alguma coisa? Café?"
Esqueci as palavras de cerimónia.
"Um copo de vinho?"
"Tomei há bocado o pequeno-almoço"
"É quando sabe melhor", ri-se. E serve-se.

Até perto da hora do almoço existirão silêncios embaraçosos. Saboreados com muito prazer.
...mas com um copo de água.

Um Lamentável Lamento

"Estiveste a beber?"

Anónima, séc indeterminado

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Da Hospitalidade. (para um Manual de Digressões)

Foi há dias, na Antena Um. Falava o Embaixador José Cutileiro sobre a Síria e na inconciliável heterogeneidade daqueles povos. Ódio incompreensível aos olhos ocidentais ainda por cima lusitanos. Ou talvez não.
Num estilo desassombrado, relatou. No final da década de sessenta encontrava-se a realizar um trabalho de campo em Monsaraz (A Portuguese Rural Society, Oxford Press, 1971). Comia numa taberna, frequentemente na cozinha. Um dia chegaram uns casais, com crianças. Turistas, do Porto. A Dona Antónia foi recebê-los. Quando regressou à cozinha, comentou, com desdém, "Queriam pão de milho! Os filhos da puta!"

Do Tuno, do Careto, e da Sã Vizinhança





 
...ou "Esta Senhora Não Gosta de Jovens".

 

Do Tuno, do Careto, e da Geração Espontânea



sábado, 6 de fevereiro de 2016

Protocolo de Velhice - V

Na sua Velhice, o Tuno da Vinicultuna trocará o negro pelas cores.



Na sua Velhice, o Tuno da Vinicultuna, continuará como antes.






(Feliz 2016 ...



...e um Bom Carnaval)