quarta-feira, 7 de março de 2007

Do Fim

Em cavalos de ferro derrotei a minha vida,

Colhi uvas maduras nas vinhas da glória.

A viagem que termina sabe-me a descida,

Voo em arco, sobre os campos da vitória.

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A vontade, quebrei-a, está vencida,

Em soluços de cores arremeto pelo ar,

Na debandada geral foge espavorida

A triste confiança, gasta, de me sonhar.

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A língua em que grito foi esquecida

Os dentes caem-me da boca, a sangrar,

E no vento germinam como casas.

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As correntes que me prendem são asas,

Feitas de aço de angústia, de papel e mar,

E ardem-me os olhos, à força de os fechar.

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